24 de julho de 2015

Noite passada eu tive um pesadelo, desses que você acorda chorando porque joga na sua cara toda sua pequeneza, todos seus medos, todas as inseguranças.

Hoje eu fiquei meio estranha, embora há quem diga que eu sou assim mesmo, estranha, mas eu fiquei na minha, me esforcei para fingir que tava bem, porque eu não sei como mudar a chavinha dos pensamentos positivos do nada, então eu disfarço.

Mas aparentemente eu não sei disfarçar também e daí, para confirmar parte do meu pesadelo, eu contamino as pessoas que eu amo, eu estrago o dia bom delas, eu endosso tudo o que não quero ser, mas pelo visto sou.

17 de julho de 2015

Um sentimento pequeno

Assim como todo mundo, eu tenho os meus defeitos. Eu tenho tentado aprender que a perfeição tá na imperfeição, que que é ok eu apresentar essas falhas que eu tenho, mas às vezes eu simplesmente gostaria de ter outros defeitos, diferente dos que eu já tenho.

De forma clara e direta, eu sinto ciúme. Não me acho uma lunática, não me lembro de ter feito cena ou nada escandaloso, mas sim, admito aqui, sou essa pessoa ridícula que sente ciúme. Porque é isso o que todo mundo fala desse sentimento, que além dele ser ruim, é besteira, é bobo, é burrinho.

Em diversas situações eu sinto e não apenas em relacionamentos amorosos. Eu descobri que tenho ciúme, por exemplo, da forma como sou tratada diferente pelos meus pais, se comparada à atenção dada à minha irmã. Me sinto meio de lado e já me chateei bastante com isso, mas hoje eu tento entender as coisas por outro viés e, sobretudo, tento entender que nunca terei a mesma atenção.

Eu imagino que talvez pensem que uma mulher de 33 anos sentir isso é muita imaturidade e talvez seja mesmo, mas cansei de fingir que não sinto. Eu sinto.

Na maioria das vezes eu consigo controlar, mas inevitavelmente em algum momento eu mostro a cara do que senti e quase sempre me sinto a pior pessoa por isso, porque aparentemente as pessoas que convivem comigo não sentem o mesmo, e julgam automaticamente o que sinto como algo infantil e bobo.

Em sentir ciúme entendemos infantilidade, dificuldade em separar o real do imaginário, insegurança, autoestima cagada e uma porção de coisas vistas apenas em pessoas fracas. Defeitos que não compõem alguém equilibrado.

É feio sentir ciúme, todo mundo diz isso, todo mundo trata dessa forma. É um sentimento pequeno, coisa de gente pequena e eu tô me sentindo exatamente assim por esses dias, pequena. Porque eu não sei o que fazer com isso, porque não sei como sumir com isso e não consigo mentir e dizer que vou mudar, porque não sei como deixar de sentir algo.

Eu consigo racionalizar, que é o tenho feito há um bom tempo, mas não consigo não sentir e, justamente por ser um sentimento, nem sempre consigo controlar. Talvez falam que é um sentimento infantil porque o ciúme é justamente como uma criança, você tenta educar, controlar, mas em algum momento a criança vai correr no meio do salão, vai gritar e te fazer passar vergonha, mostrar que você é fraca, é conivente com aquilo e não consegue educar sequer uma criança, tão menor que você. Sequer um sentimento, tão menor que você.


15 de julho de 2015

Mudar

Dificilmente penso em mudar os outros, sempre escutei/li/ouvi que nunca devemos estar com alguém pensando nisso, pois não somos capazes de mudar o outro, mas com certa frequência penso que eu poderia mudar. Mas até que ponto é certo isso?

Se é tão condenável esperar que alguém mude para nos fazer feliz, o quanto é condenável a gente mudar para isso? O quanto eu devo mudar?