15 de junho de 2015

Segunda-feira é sempre um dia meio pancada, daí que hoje tá frio, chovendo e eu tô com uma espécie de gripe que não deve ser gripe, mas apenas uma sinusite cretina que me faz ficar igual aquelas crianças catarrentas que ficam chupando nariz o dia todo. Mas eu também tô fanha e com dor de cabeça.

E tem meus joelhos que estão ralados e doem quando eu dobro e doem quando eu estico, quer dizer, eles apenas doem. Na verdade tudo tá doendo hoje.

Quando acordei, fiquei chorosa, querendo praguejar minha vida, porque além de todo esse cenário, eu ainda preciso trabalhar. Fiquei por um momento tentando entender o que eu tenho, fisicamente falando, já que apenas meu olho esquerdo fica lacrimejando (inserir piada sobre "a esquerda chora" aqui) e minha cabeça dói, mas não deve ser gripe isso, não pode ser, eu quase nunca fico gripada. 

No momento que fiquei tentando entender o que tá rolando comigo, me veio como um tiro "tô cansada de todo dia acordar e me convencer que tô fazendo algo de bom da minha vida".

Eu consigo ser otimista no final do dia, mas de manhã, com chuva, frio e essa coisa que não sei o que tenho, não dá. Mas eu me cobro, porque têm pessoas felizes por aí às 4h da manhã, têm pessoas felizes com suas vidas, com o rumo das coisas, inclusive o rumo errado. Porque eu não posso ser assim? 

Porque não acordo sorridente, orgulhosa da minha própria vida, que nem é tão mal? Sei das crianças passando fome no mundo, sei que, comparativamente, não deveria reclamar de nada, mas porque ainda assim eu reclamo? Porque ainda assim eu sinto que sufoco todo dia de manhã quando meu despertador toca? Porquê?

Eu acabei de ler um texto sobre o poder da fluoxetina, em como ela ajuda pessoas a ficarem bem, eu queria muito ter um remédio milagroso que me ajudasse. Eu já tomei fluoxetina, não aconteceu nada comigo, nem alegria e nem emagrecimento, porque foi pra isso que tomei, para emagrecer, sabe?

Acontece que hoje eu meio que tenho medo de remédios, com a chegada da idade, acho que finalmente tô me tornando aquelas pessoas que querem qualidade de vida, porque eu fico mau humorada em tomar remédios, daí eu vou na homeopata, e tenho lido muito sobre budismo, porque quero transformar meu pensamento e ser uma pessoa melhor. E também porque o budismo é o mais perto que consigo chegar de qualquer religião.

Preciso tomar cuidado para não virar uma espécie de natureba espiritualizada e eu nem sei como isso seria possível, já que eu sou ateia. Que segunda-feira estranha, viu.