31 de julho de 2013

Que você seja Plutão

Eu tenho a sensação de que algumas pessoas sempre estarão na minha vida e não falo de forma positiva, mas de um jeito estranho, meio que gravitacionando ali, rondando, mas não realmente perto.

Quase um Saturno que, de tempos em tempos, entra na vida, fode com tudo e passa. Meu desejo mesmo é que essas pessoas deixem a condição de Saturno, quero colocá-las, pelo menos, na condição de Plutão. 

Acho que dá, né?

28 de julho de 2013

Eu, meu celular e o samba da benção

Escreve, reescreve, arruma, não, pera, serei mais sútil, pronto, agora sim tá boa. 

- Vou enviar. 
- Ah, mas pra quê?
- Porque eu quero, ué.
- Você já se fodeu bastante assim, lembra?
- Mas eu tô meio entediada, pelo menos daria um movimento.
- Eu acho melhor você ficar quieta.
- Mas tá tudo tão chato...
- Melhor chato do que triste.
- Mas... será? 
- Será que você se tornou essas pessoas que preferem a tristeza do que marasmo?

Será? 
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Daí numa resposta automática veio o Samba da Benção na minha cabeça. Ok, vence a alegria.

Acho.

Pelo menos por enquanto.

Mas eu tô entediada, viu? 

Muito entediada. 

Mas eu tô bem, não sei se alegre, mas bem.

Ai, ai...

18 de julho de 2013

Formigas, um ferro de passar e uma confissão

Ainda criança tinha alergia à picada de insetos, ficava cheia de bolinhas pelo corpo e naturalmente desenvolvi uma certa raiva deles. Não de todos, eu gostava muito de besouros e borboletas mas as formigas...ah as formigas, eu realmente as odiava.

Levava para escolinha 3 potinhos, daqueles de guardar filme fotográfico, e na hora do recreio, quando ia brincar no parquinho, eu colocava um monte de formigas num potinho e sacudia, sacudia e sacudia, perceberam a raiva, né? Em outro potinho eu colocava os besouros e no outro as borboletinhas. Chegava em casa com os potinhos e cumpria meu ritual.

Soltava os besouros e borboletas pela casa [oi, mãe! valeu pela paciência] ficava ali observando eles, felizona! Sinônimo de diversão um besouro andando pela mão, pelo braço e finalmente voando meio desengonçado. Achava, e ainda acho, bonitinhos, gordinhos, graciosos.

Passada a diversão, vinha o trabalho e a pior parte, além do sacode com as pobres formigas, na lavanderia, eu estendia um pano branco em cima da mesa de passar roupa, ligava o ferro e soltava as formigas, uma a uma. 

Daí ficava lá, olhando a formiguinha na imensidão branca andando, perdida, daí eu queimava a bunda dela e ficava vendo ela rastejando, meio corpo pelo pano branco e pensava que ela nunca mais me picaria de novo e depois finalmente a matava.

Eu tinha me esquecido disso, mas achei num dos meus tantos textos escritos e sabe, hoje não me conformo como pude ser tão cruel. Desculpa, mundo :(

Dá-lhe terapia pra mim. 


7 de julho de 2013

Mulher difícil

Ele pediu um gole da minha cerveja, eu dei e ele disse que me pagaria outra, agradeci e respondi "não bebo cerveja". Ele achou que era piada, mas não era, eu não bebo cerveja, estava tomando apenas porque era o que se conseguia com mais rapidez do bar, rimos e ele foi embora.

Reapareceu, disse que me pagaria uma cerveja, eu recusei, me chamou para dançar com ele na pista, fui com ele me pegando pela mão, chegando lá, falou no meu ouvido "meu nome é Rafael, quero te conhecer melhor, qual seu nome?", respondi e ele perguntou se podia me chamar de Ca, "não gosto que me chame assim, prefiro Milla", ele sorriu e disse "gostei de você".

Mais uma vez ele pediu para me pagar uma cerveja, mais uma vez eu neguei, ele disse que pagaria qualquer outra bebida então, agradeci e disse que não precisava, ele sorriu, me chamou de difícil e disse que gostava de mulheres assim, que não aceitam nada de ninguém e falou que não ofereceria mais, caso eu mudasse de ideia, era só falar.

Difícil, fui chamada por um total desconhecido de mulher difícil e que não aceita nada de ninguém e até agora eu não sei o que fazer com isso, tô aqui pensando se é elogio ou crítica e também tô sem entender como eu passei essa imagem apenas negando uma cerveja, especificamente uma Itaipava.


2 de julho de 2013

Preguiça

Odeio dizer que tenho preguiça das pessoas, sempre me parece leviano, sempre me parece dramático e sem necessidade, não gosto. Mas a verdade é que não consigo achar um termo que se encaixe melhor para esses dias.

Tudo isso porque tenho a sensação de que virei uma imensa curva de rio, tudo o que é tralha para por aqui e atrapalha o fluxo das águas. Eu quero achar que é mera coincidência a incidência de babaca por vida quadrada, mas sempre fica uma pontinha, uma centelha aqui de incerteza falando baixinho: "deve ser culpa minha, eu passo algo que atrai gente assim, eu chamo situações destrutivas".

É tanta incidência por esses dias que tô me repetindo, tô revendo assunto antes resolvido, tinha dado como certo que o problema não era eu, mas voltei a achar que é. Preguiça das pessoas, inclusive de mim.

Saudação aos envolvidos.



1 de julho de 2013

Silêncio

Eu gosto dos clichês da vida, gosto dos ditados e particularmente acredito que o silêncio diz muito. Tem gente que quando cala, na verdade grita e manda pra bem longe quem não quer perto de si, é meu caso. Tem o silêncio que é indiferença, também é meu caso, mas tem também o silêncio que secretamente deseja algo, também meu caso.

Quem me machuca, quero que sofra igualmente ou que pelo menos bata o dedinho do pé na quina da cama.

Quem me ignora, desejo que me queira quando eu não mais quiser ou que no café da manhã, o pão caia com a margarina virada pra baixo.

Quem me engana, desejo que sofra desenganos ou que fique 1h30 na fila do banco e quando chegar sua vez, o caixa feche.

*Texto originalmente escrito em 23/02/2010 e encontrado nos meus rascunhos, não consigo me recordar para quem ou o que desencadeou, mas gostei de ver que não sou tão amável quanto gostam de acreditar, afinal, todo mundo tem sua dualidade :)