26 de maio de 2013

Someday you will be loved

Faz um tempo, eu sofri pra caralho por um término de relacionamento, aquela coisa toda, aquele drama de perder o chão, o foco e um pouco da vida.

Em um dos dias que eu chorava com uma amiga pelo msn [sim, msn] ela me mandou uma música, dizendo para ouvir e acreditar nela.

Eu ouvi, eu não acreditei e eu só chorei. Mas chorei compulsivamente, aquele choro com soluço que machuca o peito. Aquele choro de uma vida inteira, por todas as merdas da vida, aquele choro acumulado. 

Como muitas pessoas, eu tenho memória músical associativa e por isso evitei a música até hoje. Tive vontade de escutar, assim, do nada. Bom, a música é realmente linda e sabe o melhor? Apenas me fez sorrir, não sofri mais nem um pouquinho por ela.

Uhuu, yey! Dancinha da vitória o/


I cannot pretend that I felt any regret
Cause each broken heart will eventually mend
As the blood runs red down the needle and thread
Someday you will be loved

20 de maio de 2013

A bola da resignação


Eu vou ter que gastar com algo que não tinha planejado, um gasto que foge totalmente dos meus planos e que vai me desestruturar além do que queria. Minha primeira reação foi querer chorar, a segunda foi querer chorar mais ainda, a terceira foi chegar em casa emburrada, como se fosse culpa de alguém e deitar na cama chorando baixinho, sem jantar, sem fazer nada, apenas dormir, quem sabe a coisa se resolvesse sozinha.

Daí eu acordei e tava tudo igual, então a quinta reação foi ligar na Central do serviço que eu pago e que me fodeu, liguei para tentar entender porque eu tenho que pagar por algo que jurava estar incluso. Entendi.

A sexta reação ainda foi querer chorar, a sétima foi abrir minha planilha de gastos mensais e ter uma real ideia do quanto eu vou me foder. A sétima reação, a mais madura, foi a de perceber que não tenho saída. Que não importa o quanto eu choramingue, o quanto eu me jogue na cama de maneira dramática, o quanto eu sofra, nada vai mudar. Não tem quem vá resolver por mim, não tem quem vá pagar por mim. Tem apenas a primeira pessoa do singular.

A oitava reação foi perceber que a idade chega para todo mundo, mas a maturidade, essa daí só chega quando você aprende a se resignar perante umas merdas. É a vida falando "te vira e se segura, a bola tá contigo, porque aqui não morreu e, se for para morrer aí, que seja com você matando".

Okay, vamos lá aceitando e matando problemas. Boa sorte, certo? Então tá.


15 de maio de 2013

Diálogo de um telefone errado

Liguei para um telefone errado, mas fiquei conversando com a senhora que atendeu por 10 minutos, tudo isso porque pedi para confirmar o número do telefone.

A senhora que atendeu me disse que o marido tinha saído para ir na casa lotérica, ele sabia o número, mas ela não, porque ela nunca ligava mesmo pra lá. Daí a conversa foi assim:

- Menina, me fala o número que você ligou, eu vou anotar aqui, porque deve ser o meu número, né?
Eu rindo, passei o número pra ela.
- Ô, minha santa, a caneta não pega, tá igual eu, minha filha [gargalhando risada de vovó, meio que hihihi], vou pegar outra, você espera?
- Espero sim, senhora. Pode ir.
- Não menina, não me chama de senhora só porque eu disse que tô igual caneta velha, meu nome é Marta.
- [rindo] tudo bem, Marta, vai lá que eu espero.
Ela voltou:
- Pronto, diga o número:
- É xxxx- xxxx.
- Ai que bom, qual seu nome mesmo? 
- Milla.
- Milla? Mas só isso? Isso tem jeito de apelido.
- É apelido sim, é Camila.
- Ah, bom. Então sabe, Camila, eu pensei aqui na hora que falei do meu marido que é bom eu saber o número, né? Não é porque tô velha que tenho que depender dele pra tudo, acho feio mulher que não se vira sozinha... não, não, falei errado, acho feio gente que não se vira sozinha. Quer dizer, é bom ter alguém, você tem alguém?
- Namorado?
- Pode ser, mas não precisa ser. Só ter alguém mesmo pra acudir quando a coisa pega fogo.
- Ah, tenho sim. 
- Amigos?
- É, tenho alguns.
- Faz bem, porque marido pode ter validade, esse amor pode estragar, mas de amigo não estraga, os meus não estragaram. Tenho amigas que tão tudo canetas velhas como eu, mas tão comigo.
- [Eu rindo de novo] Poxa, Marta, que bom, tomara que eu tenha sua sorte.
- Vai ter, vai ter... olha que bom que você me ligou, Camila. Agora eu tenho meu próprio número, [gargalhando] parece mentira, né? Moro aqui tem quase 40 anos e não sei meu telefone, quer dizer, não sabia. Bom, se você tentar ligar de novo e eu atender, a gente conversa mais, vai trabalhar, menina.
- Boa tarde, Marta! 
- Eu vou ter, vou fazer bolo.
Eu ri, e desliguei.

Impossível não ter uma boa tarde quando se tem bolo, né?

*Tô tentada a guardar o telefone da Marta e ligar outro dia para papear, quem sabe não ganho convite para um bolo hihhi.