22 de novembro de 2012

A felicidade é quente

O dia estava tão lindo hoje que antes da terapia, comprei um sorvete, sentei num murinho na calçada e fiquei lá. No calorzinho, sozinha, tomando sorvete, vendo os velhinhos andando com seus cachorros e o moço ruivo de bicicleta.

Daí cheguei em casa e fiquei 40 minutos "lavando o banheiro" com água fria [desculpa ambientalistas], como diz o clichê, saí de alma lavada. O calor e dias bonitos me deixam com vontade de ser feliz, sabe?

Vem cá ser feliz comigo, vem :D


12 de novembro de 2012

Se eu sentir saudade...

Só preciso lembrar de todas suas sacanagens, de todas suas omissões bem pensadas e de toda vez que me enganei ao considerar nossa amizade verdadeira.

Daí passa e a saudade vai embora na mesma hora. :)


7 de novembro de 2012

5 de novembro de 2012

Vale avisar


Quase sempre eu fujo de quem demonstra muito interesse em me agradar, eu gosto de me sentir desafiada e fico entediada quando tenho a certeza da atenção do outro lado.

Eu gosto de quem bate de frente comigo, de quem discute e que não tenha medo de me contrariar.

Não lido bem com cobranças e nem com expectativa de periodicidade acerca da minha presença.

São três pontos fundamentais sobre minha pessoa, no demais, eu sou simpática e tenho um coração bom, acho.

30 de outubro de 2012

De ponta cabeça

Estávamos conversando e do nada ele me diz:
- Teu coração tá de ponta cabeça.
- Ãr, oi? [eu em pânico, pensando "meu deus, minha cara já tá denunciando?"] 
- É, tá virado, tá de ponta cabeça, diz apontando para meu brinco.
- Ahhhh, meu brinco [rindo descontroladamente].

Ufa, né? Meu brinco, gente. Tô bem, tá tudo bem.


28 de outubro de 2012

Um pedido


Quero fazer um pedido simples. Juro, é simples.

Se você namora, tá enrolado, casado, qualquer coisa desse gênero aí, por favor, não dê em cima de mim. Não me xaveque, não diga que quer ficar comigo, não me chame de gostosa, não diga que me adora, que sente tesão por mim, que "pobre de ti" não consegue se controlar. Não diga nada disso, por favor. Não diga.

Também não me diga que seu relacionamento tá ruim, ou que nem é bem um namoro que você tem com a moça, enquanto a respectiva posta foto de vocês escrito "meu amor", sabe, isso é alguma coisa sim. Se você mente pra ela, eu não posso fazer nada, mas não minta pra mim.

Além do que, sempre que isso acontece, eu acabo questionando quem eu sou e chego a pensar que meu lugar é esse, de amante, de amiga de trepada, de qualquer coisa assim, meio confusa entre algo estranho e nada. Acabo pensando que não sou namorável, que não sou boa o suficiente pra isso. Querer sempre apenas sexo comigo, fode com minha autoestima. Claro que admito aqui mea culpa, eu já fui por esse caminho e, justamente por conhecer, que não quero mais.

E o mais importante, não foda com o pouco de esperança que me resta em relacionamentos. Eu ando bem cansada, então não me faça crer que todo mundo é sacana, que todo mundo trai, que todo mundo sempre quer comer outra pessoa além da que está com ela. Não me faça ter medo de confiar nas pessoas só porque você não é confiável com quem diz que te ama, com quem te abraça e se preocupa com você. 

Por favor, não faça isso comigo, tá bom?
Obrigada.

27 de outubro de 2012

Fingindo

Finjo tão bem que algumas pessoas não me afetam, que quase acredito. A ponto de me arrumar e sair para dançar, mesmo tendo como vontade apenas chorar, chorar bastante por ter que admitir que ainda crio expectativas. Todas elas equivocadas, todas elas.

E no final, além da vontade de chorar, tem também a culpa, por ter mantido o que já deveria ter cortado há tempos. Culpa por esperar algo bacana de alguém que, na verdade, nunca foi tão bacana comigo, acho que nem meu amigo.

Quanta babaquice da minha parte... quanta.



*Ps. Eu falei da rota da destruição que peguei há uns dias, que não tinha volta. É mentira, tem sim. Peguei a primeira saída.

25 de outubro de 2012

"Vem me ver?"

"Tô precisando de você comigo."

Disse a moça ao celular na frente da banca.
Entendo bem a moça, têm dias que ter alguém consigo faz uma diferença tremenda. Tipo hoje.

23 de outubro de 2012

Rindo na cara do perigo

Eu peguei de novo a rota da destruição, é como no filme Twister que tem um tornado super emocionante com vacas voando, sabe? Então, peguei essa rota aí, que não tem volta, ou se tem é longe demais, como nas rodovias, em que o único retorno fica em outra cidade. 

Sendo assim, só me resta seguir, mas a vantagem é que já conheço tudo: o trajeto, o tornado, conheço até as vacas, além disso, sei bem como é ficar no meio da tempestade e sair viva, acho que isso se chama maturidade [ou não?], mas de toda forma, é assim que sou, eu ando na selva braba, eu rio na cara do perigo HA-HA-HA-HA.


E foi assim que citei dois filmes favoritos em um texto.

Me desejem sorte e não me julguem, sobretudo pela escolhas dos filmes.


14 de outubro de 2012

31 and younger than before

Até o ano passado, quando fiz 30 anos, eu não comemorava aniversário. Hoje ainda tenho cá minhas dúvidas se era por puro mau humor, se por medo de fazer festa e não ter ninguém [quem nunca, né?] ou se porque achava um absurdo ficar mais velha e ainda celebrar. 

As pessoas mudam, todo mundo sabe disso, eu mudei. Pelo segundo ano eu me animei para meu aniversário, pelo segundo ano eu me senti feliz por ver que bastante gente gosta de mim, pelo segundo ano eu vi meu aniversário como uma passagem, um crescimento de tudo o que consegui e que devo comemorar sim.

Eu mereço comemorar porque eu me fodi bastante, porque eu aguentei, porque eu dei conta, porque tô em pé, porque eu chorei, sorri pra caralho, porque me desconstruí de várias formas e me refiz de novo. Porque eu sou capaz de amar e de ser amada. Porque eu superei coisas chatas e porque hoje, mais do que nunca, estou mais próxima de quem eu verdadeiramente sou. Estou mais sincera comigo como nunca fui e precisei fazer 31 anos para ter ciência que sou capaz de ser feliz com minha companhia.

*Obrigada a quem esteve comigo esse ano, pessoalmente ou virtualmente, porque eu não passei por tudo isso sozinha, eu tive/tenho amigos ajudando :)

31 

It's all about growing stronger 
And younger than before 

You're younger than before




8 de outubro de 2012

Tesão por


Barbudos
Tatuados
Imperfeitos
Falantes
Sorriso largo
Caninos marcantes
Dentes meio tortos
Veias marcadas nos braços e mãos
Idealistas
Resmungões
Levemente arrogantes
Inteligentes
Naturalmente chatos

Um charme sem comum, uma coisa fora do padrão, aliás, por favor, tudo que fuja da capa da revista. 

3 de outubro de 2012

Ecstasy of Gold

Algumas pessoas, por mais que você tente, nunca serão sinceras com você. Se um dia eu tiver filho, vou passar essa dica pra ele, enquanto isso não acontece, registro aqui.

Não importa o quanto você seja sincera, assertiva, direta e pontual, algumas pessoas nunca irão corresponder da mesma forma, nunca existirá essa reciprocidade, mesmo que você pergunte algo específico, algo que não tenha "meia resposta", tudo o que você vai conseguir será uma resposta evasiva e a constante necessidade de sempre ter um papo descontraído, sempre um "pra que falar disso?" ou então um "você pensa demais" seguidos de uma risada para desanuviar qualquer tentativa de uma conversa mais sincera.

A dica para meu filho do futuro é que tome cuidado com gente assim, porque essas pessoas quase sempre trazem consigo um contrato que prevê o silêncio como mantenedor desse relacionamento. O provérbio chinês diz que a palavra é prata e o silêncio é ouro. Bom, eu nunca sonhei em ser rica na vida mesmo, então me deixa com as minhas pratas, elas brilham tanto quanto o ouro e ainda são mais fáceis de encontrar.



Título veio daqui, um música que me cala. 


25 de setembro de 2012

Em carne, osso e abraço


Cheguei no momento em que sinto falta da companhia de alguém, e não falo de homem/sexo/namorado, mas falo da companhia de um amigo ou amiga mesmo, de alguém que me acompanhe, que queira sair comigo e que eu sinta que posso contar. Uma pessoa que, de repente, eu peça, digo que preciso e ela tá ali, presencialmente, corpo presente para me amparar quando eu quase cair, eu faria o mesmo.

Os motivos são diversos e não existe uma culpa instaurada, são apenas fatores que conduzem a isso. Uns namoram e vivem suas vidas em parceria exclusivamente, alguns não têm tanto em comum comigo, com outros houve um afastamento natural, a vida corrida, atribulada e por aí vai. Ninguém tem culpa, é a vida. Mas eu tenho sentindo falta, bastante.

Não sei o que é mais difícil, perder amigos no decorrer da vida ou tentar fazer novos, afinal, onde se conhece gente nova? De verdade? Não sei, não sei mesmo.

A sensibilidade tá tão forte que nem tô conseguindo fingir auto-suficiência, desculpaê. Logo isso passa.

6 de setembro de 2012

Errata 2


er.ra.ta
sf (lat errata, pl de erratum) 1 Erro em uma obra impressa, descoberto após a impressão e indi­cado junto com a correção em uma página sepa­rada, encartada no começo ou no fim da obra. 2 Lis­ta de tais erros ou página que a contém; corrigenda.

Queria te publicar como uma errata das minhas últimas escolhas.
Uma página separada, listando quais os erros feitos, mas no caso, sem as correções relacionadas.

5 de setembro de 2012

Uma balinha e um bom dia


Ontem, no ônibus a caminho da terapia, eu estava ouvindo Clarice Falcão, aquela música que ela canta que o coração inventou de sapatear, acho uma graça, embora eu me identifique mais pelo questionamento da loucura.

Estava lá, pensando na loucura e no que falar para minha psicóloga daí entrou um homem no ônibus, descabelado, com a roupa meio suja e sentou ao lado da janela, antes da catraca. Atrás vinha uma senhora, o assento ao lado dele era o único vago, ela foi até ele, o olhou e não sentou. Ela saiu de perto e ficou mais longe possível.

Eu fiquei obviamente sem reação e também, não sei qual eu poderia ter. Mas me senti triste, não quero parecer piegas, mas é desolador ver as pessoas se evitarem dessa forma. Eu não sou a pessoa mais sociável que existe, mas achei a cena toda surreal.

No outro ponto entrou uma senhora, deu boa tarde para o motorista, para o cobrador e deu aquele sorriso bonito de "vózinhas" e sentou ao lado do homem, mas antes pediu licença e também disse boa tarde. Ele apenas acenou com a cabeça. A viagem continuou e dois pontos depois a senhora levantou para descer. 

Mas antes ela foi até a catraca, deu uma bala para o cobrador, agradeceu e disse boa tarde. Deu outra bala para o homem que estava sentado ao lado dela e finalizou da mesma forma com o motorista. Uma balinha, obrigada e boa tarde.

Ao ver aquilo me senti tão feliz quanto se tivesse ganhado uma balinha também. Tô brega? Nem ligo, me deu um calorzinho de humanidade ver aquilo, me fez bem.

Quer uma balinha? Bom dia pra você ^^

3 de setembro de 2012

Não é choro, é sono.

Você tá chorando quietinha no quarto, ouvindo músicas de despedaçar o coração e a pessoa entra sem avisar. Qual a reação mais coerente?

( ) falar que não tá muito bem, mas que logo vai ficar.
( ) tentar contar o motivo do choro.
( ) começar a bocejar loucamente para tentar convencer que o motivo das lágrimas é sono.

Preciso dizer qual minha opção?

É, pois é.

Vou ler Crime e Castigo para ver se a noite fica mais leve.

29 de agosto de 2012

Dieta de você

"É complicado porque você não diz o que sente, então o corpo encontra uma forma de falar"

E fala mesmo. Fala pela náusea que venho sentindo tem cinco dias, por exemplo. Isso porque você é como aquela comida gostosa, mas nada saudável. Você é pizza quatro queijos, é batata frita, é sorvete, é chocolate. Você é o vinho barato que, embora seja doce, dá uma puta dor de cabeça. Você tá no topo da pirâmide alimentar, onde tem tudo aquilo que devemos comer com moderação.

De certa forma eu acho que também sou tudo isso para você, sou indigesta, porque a gente nunca se aguenta por muito tempo, afinal, quem consegue comer pizza todo dia não é mesmo? Mas de vez em quando é bom, sai da rotina.

Mas para eu ficar bem, preciso de alface, de arroz integral e filé de frango, ainda que com pimenta. Eu preciso de fruta, preciso de suco e água, mesmo tomando com cara feia. Não se ofenda, te adoro, mas vou te tirar da dieta por uns tempos e de quebra vou correr um pouco para tentar te ver cada vez mais distante. Espero que você faça o mesmo. É preciso ter uma vida mais saudável, sobretudo após os 30, sabe?

23 de agosto de 2012

Aviso da tia

Das características que acho apaixonante, boa memória é uma delas. É fácil se encantar por quem se lembra do que você disse no mês passado, do seu filme favorito, dos seus gostos, do modo que você gosta das coisas e até dos seus defeitos, é delicioso se apaixonar por quem tem boa memória. É delicioso se apaixonar.

Claro que a boa memória pode não significar nada, afinal, a pessoa pode lembrar detalhes simplesmente porque ela é assim e não porque o seu grau de importância causa essas lembranças, é um risco e acontece. Mas acho que é melhor esse risco do que o o corrido com minha tia, ela passou o dia/noite com um cara e umas semanas depois, quando se viram novamente, ele perguntou se a tatuagem dela, feita no ano passado, era nova. 

Ele não era cego, viu?



15 de agosto de 2012

A Banda ist da la la la la la la la


Passa boi, passa boiada, passa o ônibus e o pipoqueiro. 
Passa o filme e eu passo a música que lembra o que passei. 
Passa o sono e passa o moço do passado.
Passa você.
Passa eu à toa.
Passa a banda e eu passo a cantar coisas de amor.

*Versão fofa d'a Banda, em alemão com a lindinha da France Gall

13 de agosto de 2012

Lego

Quando você cresce ouvindo algo sobre si mesma é bem difícil não acreditar no que é dito, sabe? Tenta aí, procure algo que escutava com frequência na infância/adolescência e você vai ver o quanto isso pode repercutir na sua vida atual e na forma como você se vê.

Comigo aconteceu de me chamarem de chata e de azeda, desde minha infância eu escuto isso e acabei acreditando na minha chatice, no meu azedume e no quanto pode ser desagradável para os outros conviverem comigo.

Eu nem estou escrevendo aqui no intuito de ganhar confete, mesmo porque, as poucas pessoas que leem essa joça não convivem de fato comigo, logo suas respectivas opiniões nem seriam muito embasadas. Mas escrevo apenas para desabafar que o caminho para desfazer essa imagem é cansativo e toda vez que eu escuto um "nossa, mas como você é chata!" é como se alguém chutasse uma parte do meu castelo Lego e eu tivesse que reconstruir de novo. 

Ah, e eu sei que não deveria me preocupar com o que pensam de mim e aquela coisa toda, aquele discurso moldado, mas se você consegue não ligar a mínima para o que sua família pensa de você, então aproveito o ensejo para te parabenizar por isso e pedir que me ensine como faz.

7 de agosto de 2012

Corra pelo que vale a pena


Correr é quase uma condição do paulistano, é nato, é visceral, é comum. É a pressa em dormir, para logo acordar, a pressa de chegar, a pressa de sair e existe até a pressa para se divertir. Se a cidade não dorme, porque eu deveria? Viver demanda tempo e por isso a gente corre, é a pressa com a vida. Nelson Rodrigues disse que o brasileiro é um feriado, talvez seja, mas, sem dúvida, o paulistano é um dia útil.

De hoje em diante, quero mais feriados durante a semana e por favor, se é para correr, que seja uma corrida de perder o fôlego e de arquear as pernas. Uma corrida para molhar de suor e não de lágrimas. Uma corrida que deixa o corpo quente e acelera o coração. Se é para correr, que seja por algo bom. 



*Título e foto de Fernando Freitas.

5 de agosto de 2012

Sexo, silêncio e música

O poder da música é algo que verdadeiramente me impressiona, é capaz de emocionar de diversas formas, seja para entristecer, para alegrar, para ficar nostálgica e até para dar tesão.

Minha paixão da vez é o Tom Waits e confesso que desde que comecei a ouvir, estou nutrindo a fantasia de sexo ao som disso:


Há quem diga que quando o silêncio chega, o beijo vem, não posso deixar de imaginar o que aconteceria se o silêncio se fosse com essa música.




"I said, "never", but I'm doing it again
I wanna walk away, start over again"

31 de julho de 2012

Direção errada

Aquela vontade de fazer alguma coisa errada, pegar um caminho duvidoso, um momento de prazer e seis momentos de raiva, só para ter alguma movimentação, sabe como é? 

Quando não tem nada certo, o estrago sempre parece uma saída, no mínimo, divertida.

22 de julho de 2012

Interior das lembranças - Parte 2

A viagem foi boa, esclarecedora, eu diria. Minha vó está com 92 anos e ela chorou de emoção ao ver eu e minha irmã chegando, eu só conseguia sorrir. Embora ela esteja doente, foi bonito ver uma senhora com essa idade sendo matriarca com tanta força. É lindo ver o respeito que todos têm por ela e o poder que ela exerce.

Mas, por outro lado, pode ser complicado reviver algumas lembranças e o receio que eu estava da viagem, acabou sendo fundamentado e me fez perceber bem claramente o motivo do meu afastamento da minha família.

É a frequente sensação de inadequação, de que tem algo muito errado comigo porque não me porto como eles, não sou uma pessoa de sorriso fácil, não sou do tipo que abraça todo mundo, que faz carinho, que diz que adora. Nas bastasse a sensação de não pertencimento, tem a comparação com minha irmã. Claro que eu não atribuo nada disso a ela, se nos comparam, não é por culpa dela, eu bem sei. Mas fato é que não sei lidar, me magoa sempre ser alguém "diferente" num tom pejorativo e isso acontece desde a infância e, com família, como nos conhecem desde feto, parece que comparar é algo instintivo, não sei bem, mas é quase crueldade ao meu olhar:

- Ela é tão sorridente, tão linda! Já a Milla... ela é diferente, né?

Podem chamar de imaturidade, talvez seja mesmo, mas eu cansei de ser "diferente", cansei de me sentir errada e inadequada na família. Às vezes não há solução melhor que a distância, nem que seja por um tempo. Eu fiquei 10 anos sem ir até lá e só hoje percebi o motivo.

"O lado bom das lembranças ruins é que elas são só lembranças. Quando elas chegam, é só pensar em outra coisa, ou tratar de fazer algo de bom pra ter melhores lembranças depois." foram as palavras da Aline Costa, e bem, acho que estou no caminho certo, acho que venho fazendo por onde ter melhores lembranças.

Interior das lembranças

Amanhã eu viajo, vou para o interior ver minha vó, coisa de uma dia, coisa simples. A cidade é Pedro de Toledo e não sei precisar quanto tempo não vou pra lá, só lembro que a última vez foi com um amigo que morreu, com o Guilhermo. Eu sinto falta dele, muita.

Eu passei parte da minha infância lá, comendo banana e farinha com açúcar, passei com primos e primas que hoje não sei se conheço mais, acredito que a maioria esteja casada. Aquele lugar tem tanta lembrança que não sei bem o que esperar, o que vão me dizer, se mudei, se me transformei em alguém tão estranho quanto eles podem ser pra mim. Eu confesso que estou um pouco ansiosa, quase nervosa. Acho que deve ser normal, né?  Uma viagem para o interior, num sentido amplo. 

Espero que seja bom.

13 de julho de 2012

A delicadeza de um hipopótamo


É mais ou menos como chegar em um lugar e falar para uma pessoa "caralho, não tem ninguém legal aqui, né?", você consegue perceber o que tá implícito aí? Pois então, eu entendo você achar isso, mas lamento que tenha dito, falta de delicadeza é uma coisa triste.

4 de julho de 2012

Amor de Horácio

Quando tudo fica muito exaustivo, a ponto de achar que não vou dar conta, que vou pirar, matar ou ser morta, eu sinto falta de alguém que me abrace no final do dia, nem que seja virtualmente, pelo telefone, um sms, um carinho dizendo para ficar calma, para me ajudar a recobrar a força que tenho, uma afirmativa de que tudo vai dar certo, porque com amor a gente supera tudo, não é isso? Foi o que ensinaram do amor e da força dele. Mas daí que não, não tem esse amor, eu só posso superar tudo pelo amor próprio e pela minha sanidade, porque não tem quem me pegue pela mão, quem acalme. 

Amor próprio não deixa de ser amor, eu sei, mas ele tem os bracinhos curtos, como o Horácio, ele não consegue abraçar ninguém por completo, acho uma pena. Tão bonitinho o Horácio...


19 de junho de 2012

Bujão

Ela sempre me conta que o filho, tem uns 2 anos, passou pela Marginal e o viu por ali antes de ir trabalhar. Na volta, passou novamente e ele ainda estava lá, perambulando. Ele não teve dúvida, levou embora para casa, era para ser dela no fim das contas. Ela conta rindo que foi o presente de grego que ganhou, coisas que só os filhos costumam fazer.

O Bujão ronrona e empurra a cabeça na sua mão pedindo carinho, mas ele morde quando você tenta afagar de forma desavisada sua barriga, ele não gosta, morde e me mordeu. Ele é rajado, tem os olhos verdes, o nariz rosado e orelhas pequenas. Embora seja bem gordo, não é do tipo bonachão, ele tem um ar quase arrogante, de dono da venda. Tanto que anda pelo balcão, como se fosse o proprietário. Ele me olha sabendo que exerce um poder de atração sem tamanho. Eu devo ser a única compradora de Halls preto do mercadinho, quase toda semana eu entro lá, quase toda semana ele faz pouco quando eu chamo, mas acaba deixando que eu tenha o prazer da sua companhia por alguns momentos.

Hoje ele estava particularmente carente, estava dormindo na balança de carne já bem empoeirada. Quando entrei me olhou de soslaio, fez cara de pouco interesse. Eu chamei, ele me ignorou. Eu fui até ele, que fez menção de me morder, acho que pela impressão de que fosse apertar a sua barriga, mas recuou e no instante que afaguei suas orelhas, ronronou e então, naquele momento, eu era só dele. 


14 de junho de 2012

Errata

Da redação.

Não era amor, era tesão.
Não era amor, era carência.
Não era amor, era supervalorização.

Lamentamos o ocorrido e agradecemos a compreensão.

13 de maio de 2012

Come on... music's the greatest thing


Poucas coisas são capazes de fazer meu coração parar por alguns instantes, mas a música, ela ainda faz isso comigo.

E meu coração para um pouco só de ouvir isso e nutrir esperança em ver um show, porque, se ouvir aqui faz o coração parar, ao vivo, eu sei que vai bater mais rápido, é a coisa fora de cadência, assim como o amor costuma fazer, a falta paralisa e a presença acelera.

Música é amor sim :)



8 de maio de 2012

A ironia do frio



Daí ela tatuou um coração no antebraço para não esquecer que sentimentos não são sinais de fraqueza. Pena que era outono e só usava mangas longas.
Às vezes, o frio míngua a alma.


2 de maio de 2012

Receita para fazer amor


"Fazer amor" parece receita de bolo:
Pegue 1 pênis, 1 vagina, adicione condimentos. Leve o pênis à vagina, friccione com movimento de vai e vem, deixe esquentar e pronto, e só servir. Esse amor rende para duas pessoas.


*Você também pode variar a receita, inserindo 2 ou mais pênis e/ou vaginas.

22 de abril de 2012

O meu futebol


Eu sou corintiana, mas não sou uma boa torcedora, eu digo isso sem vergonha. Sou corintiana porque foi o time que escolhi quando criança, sou corintiana porque foi minha aproximação com o futebol, mesmo com um pai santista e um avô italiano, torcedor do Palestra, mas foi isso, deu Corinthians e ficou. Não acompanho com muito fervor, não sofro desmesuradamente pelo o time o que, particularmente, acho triste, mas não nego porque é algo que vem de dentro. Eu sou assim.

Mas eu não ser uma torcedora fervorosa não condiz em nada com minha postura sobre futebol. Eu acho linda a paixão que tantos têm pelos seus times. É dolorido, é sofrimento, é a alegria descabida que explode no grito de "GOL!" e de "CHUPA!". Eu respeito futebol pra caralho, respeito mais que religião, porque é amor quase infundado, é amor incondicional e esse tipo de amor não se contesta, não se menospreza. Eu lamento imensamente pelas pessoas que enxergam no futebol só mais uma forma rasa de alienação. Lamento porque é riqueza demais, tanto de sentimentos, quanto de história, para ser relegada à isso.

Timão perdeu hoje, a Macaca ganhou. Tudo bem, eu acho que mereceu. Continuem falando mal do Corinthians e de tantos outros times que não os seus, é só mais uma parte do futebol que eu admiro. 

18 de abril de 2012

Tirolesa

Segundo o Wikipédia, a tirolesa consiste em um cabo aéreo ancorado entre dois pontos, pelo qual o praticante se desloca. A atividade dá sensação de sobrevoar o terreno que passa por baixo, sem exigir esforço físico.

Então eu fui lá tentar, eu sempre vou, a curiosidade é maior, a vontade fala alto e então eu arrisco. Mas alguma coisa, para variar, saiu errado e agora eu fico tentando identificar em qual momento que o fio escapou. Repasso uns diálogos na esperança de não me julgar louca, lembro de um sorriso, da respiração, não consigo identificar. Daí eu entendo que nunca teve um fio, me agarrei à uma corda invisível, eu fui, mas não tinha outra ponta. Caí, né? Mais uma vez, ora que novidade.

"Essa atividade é praticada em campo aberto e de preferência em cima de um lago. Geralmente, no final do percurso, o aventureiro se solta de seu equipamento e cai na água, acrescentando assim mais adrenalina e emoção."

Bom, de hoje em diante, me chamem de aventureira em busca de emoção, ainda que por engano.

2 de abril de 2012

Chora que não passa

Hoje de manhã eu chorei com a atendente da Caixa Econômica Federal, na frente dela e de mais umas 15 pessoas. Ela me disse para ficar calma, como se fosse possível, depois de eu ter acessado o site do banco, ligado na central de atendimento e obtido a informação de que deveria ir pessoalmente até lá, ela me disse que eu deveria acessar o site ou ligar no atendimento, que ela não poderia ajudar. Looping infinito, manja?. Saí chorando e fui embora. Minha mãe me viu com olhos vermelhos, quis saber o motivo, como não fumo maconha, contei o que houve, ela lamentou não poder ajudar, disse que ficaria tudo bem e eu chorei mais um pouco, mãe, né? Dá esse efeito. Okay.

Então fui na dentista, daí ela me deu anestesia, continuava doendo, deu mais, continuou doendo, e de novo e mesmo assim ainda estava com dor. Têm coisas que não podem ser anestesiadas, é o que parece, é o que aconteceu. E o que eu fiz? Depois de um dia todo cagado, eu chorei. É, eu simplesmente chorei olhando para a dentista e tudo o que eu conseguia falar é que estava cansada de sentir dor, veja bem, CANSADA DE SENTIR DOR. Ela me abraçou e óbvio que eu chorei mais, todo mundo sabe que abraçar uma pessoa chorando é esperar cachoeira, e assim foi. Por fim fui embora, boca dormente, olhos inchados e pedindo desculpa pelo episódio vexatório.

Não bastando, minha mãe me viu de novo com os olhos vermelhos e sem entender me perguntou se eu estava com algum problema e o que eu fiz? Eu chorei, claro, porque controle é algo fora de catálogo. E daí ela insistiu em saber meu problema, mas alguém sabe como explicar para própria mãe que "o problema" na verdade são coisas como:
- uma frustração do caralho por trabalhar igual uma idiota e ainda morar com os próprios pais com plenos 30 anos;
- uma frustração do caralho por estar formada, mas ainda pagando a porra da faculdade, porque não nasci rica e tive que recorrer ao Fies para poder realizar o grande sonho cretino de ser jornalista;
- uma frustração por todos os últimos pseudos-relacionamentos que tive que, salvo um ou dois, só foderam com minha segurança, porque não sei lidar com rejeição velada, sou mais um "olha, você trepa mal, não rola" ou "desculpa, você é chata demais e gorda" ou sei lá, qualquer coisa assim, pois eu lido melhor quando as coisas são claras e com motivos pontuais, o que não acontece, claro.

Para condensar isso tudo, disse apenas que estava cansada de não ter dinheiro e ela disse que ia dar tudo certo. Que venha amanhã, porque hoje, nada certo.

29 de março de 2012

No hay banda

Eu estou enjoada da minha pessoa, eu me sinto um disco riscado e por mais que tente não reclamar, eu reclamo. Eu reclamo sempre e eu sou assim, isso eu já dei como jogo finalizado, nem tento mais reverter o placar. Mas o negócio é que eu ando com vontade de não ser mais eu de modo geral, porque não tenho me achado interessante, me vejo como uma pessoa sem muito a oferecer, uma pessoa chata, daquelas que você evita conversar porque é sempre enfadonho, cansativo e sem graça. Daí, nessa vontade de não ser mais eu, eu faço tudo errado. Eu me exponho para quem não devo no meio do desespero, eu fico carente e acho que uma pessoa que não sabe porra nenhuma da minha vida pode, por um milagre, me achar legal, sei lá, se interessar e conversar comigo [viu? carência] e crio expectativa e repito todos os passos anteriores sem perceber que comprovadamente deram errado e o resultado é só um: silencio, no hay banda.


25 de março de 2012

Deixa queimar

Quando me foi perguntado porque eu fiz isso, a resposta veio sem nem pensar:
"Porque eu quis.Tenho tanto feminismo em mim que não me atrevo a deixar de fazer o que quero por ser mulher, não consigo conceber nenhuma privação por esse motivo".

E o que pode ter de mal? De mal não sei bem, mas tem o preço que se paga, tem a reação, tem aquilo que deixo de ter, uma escolha é sempre excludente, eu sei. Então o que me resta é lidar com isso, que às vezes machuca, é claro, sobretudo quando de rabo de olho aparece um julgamentozinho, um "mas você esperava o que agindo assim?". Oras, nada de fantasioso, só a reciprocidade da sinceridade que eu ofereço, só isso.

Hoje eu li que é preciso não temer o fogo, pois a alma é um incêndio* , então se vai queimar de todo jeito, que seja do meu.

*Murilo Hildebrand de Abreu

20 de março de 2012

Racional

Desde que voltei de viagem meu relógio está marcando - - : - - e piscando. Não tive vontade, coragem e nem pretensão de arrumá-lo. Têm momentos em que o tempo realmente se torna relativo e já não importa mais, se são horas, dias, semanas, meses. Não faz diferença, sobretudo porque a canseira em esperar algo que nunca vem é mais forte, o tempo não tem valor real aí, ele é racional demais para algumas emoções.

Eu cansei de esperar um pouco de sinceridade dos outros ou talvez eu tenha me cansado de não ouvir o que queria. Porque depois de ouvir tanta merda e ser tratada como não gostaria, não tem muita importância continuar querendo algo, né? Tratar os outros como você gostaria de ser tratado é uma das maiores mentiras perpetradas, simplesmente porque não tem coerência, é baseado num mero ponto de vista, não tem como esperar reciprocidade em algo pessoal porque o ponto é variável.

Não é adulto esperar o que logicamente não virá, por isso, enquanto eu destilo toda minha imaturidade em querer o que aparentemente não vou ter, decidi ficar quieta. É uma decisão falsamente mais madura eu acho, mas pelo menos é unilateral, só eu mesma posso me decepcionar e com isso eu sei lidar melhor.

27 de fevereiro de 2012

O sexo de Hegel

Eu gosto de sexo, se você não gosta, bem, isso é um problemão seu. Mas a criatura achar que só porque falo isso abertamente, significa que estou apta a transar com o primeiro ser que aparece, tem uma gigante diferença. Cantadas pé na porta do tipo "oi, quero te comer" não são legais, seria o equivalente a dizer para um homem que apenas o pau dele é lindo, demais, maravilhoso, FIM.

Claro que tenho cá minhas dúvidas que alguns possam até curtir esse tipo de comentário, pois não se atentam que isso é mais uma afronta a um elogio. É falar de uma pequena, ainda que grande, parte da pessoa, nada além. É apreciar uma parte e não o todo. É tratar como uma peça, como algo sem contexto, é não entender o indivíduo como um ser uno, é fazer a dualidade na raça, separando e pontuando. Eu odeio isso, eu não sou destacável, não sou parte, sou toda. Por isso, no sexo, eu gosto da dialética, para enxergar algo bacana é essencial conhecer o conjunto, a totalidade faz diferença.


*Para você que trata as pessoas como bonequinhos Lego, te desejo muito Hegel, seguido de abstinência sexual até os 65 anos.

21 de fevereiro de 2012

Grau de correção


O astigmatismo é uma deficiência visual, causada pelo formato irregular da córnea ou do cristalino formando uma imagem em vários focos que se encontram em eixos diferentes.

A miopia é o distúrbio visual que acarreta uma focalização da imagem antes desta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem desfocados.

Acho que muito da minha vida se resume bem nisso, deve ser este o motivo de tanto engano, de tanta imagem equivocada, de tanto tropeço.

Quando acho que tem um foco, na verdade são vários, mas todos desencontrados. Quando consigo focar apenas um, ao me aproximar, percebo que enxerguei errado, foi uma ilusão, um borrão do que imaginava ser.

Eu nunca irei ver algumas pessoas sem óculos, para isso é preciso proximidade e sei que simplesmente não chegarei nessa condição, resultado da barreira de quem prefere ver tudo pelas lentes da casualidade, o que eu entendo, é claro, afinal eu as usei por um bom tempo também. Mas agora eu sinto que preciso ver as coisas de outras maneiras, talvez o meu grau tenha aumentado, quem sabe?

De toda forma, é hora de trocar as lentes, essas que você continua usando, mas que pra mim, não servem mais.


4 de janeiro de 2012

Administração de Deus

Desde sempre eu quis fazer Jornalismo, não lembro bem quando foi o estopim, mas creio que o mais próximo que já cheguei tem relação com Iron Maiden, mas isso foi escrito aqui. Entretanto, na jornada para conseguir tal feito, eu fiz História e parei, ainda lamento isso, é um curso apaixonante, mas antes fiz técnico em Administração de Empresas, oi? É, pois é, um dos mistérios da minha vida. Tentei lembrar qual foi a linha de raciocínio que me levou a tal coisa e a lógica era que, com o curso eu conseguiria um trampo melhor e, consequentemente teria grana para pagar Jornalismo. Taí, mais um das grandes ideias que tive e não teve nenhum Pedro para me mostrar que era cilada.

Eu dei essa volta porque ouvi Marisa Monte hoje e lembrei de um dos micos da minha vida, ele está diretamente ligado ao bendito curso e quero compartilhar, sei lá porque, na verdade acho que é porque tive um ataque de riso no banho agora pouco lembrando.

Perto do término do curso, o professor que era também o coordenador, teve a ideia de fazer um amigo secreto. O nome dele era "alguma coisa de Deus", tipo "José de Deus"[essa informação é importante para o contexto da história]. Eu, que nunca me senti muito parte de grupo algum e passava por uma fase "Preciso me encontrar" resolvi entrar.

Não lembro quem eu tirei, mas lembro que pedi um CD da Marisa Monte. O amigo secreto foi indo, indo e eu lá, sem presente e o homem lá de Deus com um presente. Eu angustiada porque não tem coisa pior que ser a última a sair no amigo secreto, sempre tenho a constante sensação de que vão acabar as pessoas, os presentes e vão me olhar e falar "Hummm, poxa, hein! Te esqueceram, toma aqui uma bala".

Bom, aconteceu meu pesadelo, eu fui a última. Restavam na sala eu, sem presente e o professor, com um presente, ao passo que para me poupar de qualquer constrangimento comecei a me adiantar de leve, como quem diz "tá, já sei que você me tirou, entrega essa merda logo" mas num ímpeto do Capeta o professor ergue a mão e me manda ficar no meu lugar.

Pânico! Pânico na zona sul [tô cheia de referências hoje] meu coração palpitou, pensei que dali em diante procuraria uma terapeuta, o trauma da pessoa sem presente, eu sentindo que estava ficando vermelha, todo aquele bando de pseudos-administradores me olhando, aqueles olhos contábeis contando meus segundos, foi horrível, mas não estava preparada para o que viria.

O professor, fulano de Deus, caminhou até o centro do círculo de pessoas, me olhou nos olhos [juro] perante todo mundo e declamou:

"Milla...
Agora vem, pra perto vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu."

Com um sorriso cretino, me chamou com as mãos e disse "vem pegar seu presente" e me abraçou ao som de um bando de gente fazendo "aeeee, uhuuuuu, ihhhh, óóó já era" e todos os sons dos quais eu fugi pela adolescência inteira. Não preciso nem falar na quantidade de piadas que ouvi falando sobre eu aceitar o corpo de Deus e derivados, preciso? E ainda perguntam porque sou atéia.