11 de julho de 2011

Mea culpa

É algo que venho pensando tem um tempo, mas sinto que no momento em que eu admitir claramente isso, tudo ficará mais difícil e Murphy virá me visitar e tudo vai acontecer exatamente de forma oposta do que desejo.

Mas acontece, que mesmo eu fingindo que não é comigo, evitando falar e admitir, a coisa caminha para o lado oposto do que quero, então foda-se, né? A gente aprende a falar com propriedade de si com o tempo, a ter coragem de mostrar a parte ruim.

A minha fraqueza de uns tempos pra cá consiste em assistir seriados e filmes em que pessoas se encontram e são felizes em duas horas, em ler livros em que eu nunca seria personagem central e em chorar como uma criança mimada por aquilo que não posso ter. E eu choro, soluço e depois eu durmo bem. A minha fraqueza está amadurecendo. Eu estou delineando tudo o que eu não tenho, tudo que talvez eu não tenha por toda uma vida e não quer dizer que estou me resignando ou me acomodando, mas porque fingir, não é mesmo? No fim, mesmo chorando, essa sou eu, melhor conhecer o que me torna quem sou.

Quanto eu tinha uns 15 anos, eu li 'Demian' do Hermann Hesse e lá ele diz que quem quiser nascer, tem que destruir um mundo, então é isso. Destruo meu mundo então, jogo tudo para cima, ou na rede, exponho a ferida, deixo doer e admito que eu sinto falta de ter alguém comigo, e se há quem diga que é feio ou pega mal falar isso, que soa como uma pessoa desesperada, bom, paciência. Meu desespero não é em namorar, mas primordialmente em ser sincera comigo como eu nunca fui e expor o que eu nunca pude, é mostrar sem culpa o que não deve gerar culpa, eu.